sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ação em favor as populações e aos rios da Amazônia

Para quem não sabe essa semana, desde do dia 23 de Novembro várias representações das populações amazonicas estão se encontrado em Santarém para discutirem estratégias de resistência aos projetos desenvolvimentistas na Amazönia, dentre eles, as hidrelétricas, e formas de sustentabilidades. Muita gente se esforçou para estar lá e colaborar com esse processo. Nós que por algum motivo não pudemos ir temos a oportunidade para dar nosso apoio. Estão convidados todos  e todas artistas, educadores, jovens, adultos, comunidades, pessoas de todas as categorias sociais à fazerem uma ação de apoio as populações e rios da Amazönia, que possa ser filmada e postada no yltub até 29 de Novembro de 2010. Vamos lá minha gente! Eu, minha amiga Ariana, meu amigo Joeser e meus filhos Lucas e Tanan estaremos a partir de 16:30 no porto do Cai Nágua em Porto Velho para fazermos nossa ação, quem quiser se juntar a nós será bem vindo e bem vinda!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

História Oral para além da academia



Oficina em Contrapartida ao Minc -(edital de difusão cultural) foto: Maria Cristiane Pereira de Souza
Amigos que acreditam nos mesmos sonhos - Foto: Maria Cristiane Pereira de Souza

Um momento especial onde pessoas de diferentes mundos se encontraram - Foto: Maria Cristiane Pereira de Souza
 

O ouvir o outro  - Foto: Maria Cristiane Pereira de Souza
A fusão por meio do ouvir... foi um dia inteiro de histórias pessoais, míticas, políticas de sonhos e de lutas! Foto: Lucas Maciel Ferreira

Por Márcia Nunes Maciel

Um grande encontro. Não porque houve um grande número de pessoas, mas por grandes pessoas terem comparecido. Importantes por ser: indígenas, ribeirinhos-beradeiros e beradeiras, afros-brasileiros, netas, netos, filhos de seringueiras e seringueiros, educadores e educadoras populares, oralistas, pesquisadores, pesquisadoras, contadores de histórias. Pessoas de diferentes espaços dispostos a trocar experiências. Nesse encontro exercitamos o ouvir o outro. Coisa que se torna cada vez mais rara em nossos dias, desde o anuncio da morte do narrador feito por Walter Benjamim.
Sobre o pretexto dessa oficina, convidei as pessoas que comigo compartilham lutas e sonhos, e que por sua vez, convidaram seus amigos e amigas que buscam conhecer e saber fazer História Oral fossem eles pesquisadores, pesquisadoras ou parte de uma comunidade tradicional.
Embora fossemos de mundos e tempos diferentes, fomos capazes de compartilharmos sonhos, lutas, histórias, vivências. O pajé cantou suas músicas tradicionais para afastar as doenças, o Babalorixá cantou para os orixás nos proteger, e juntos cantamos e nos deixamos curar com as histórias e cantos de cada um.
Os Karitina falaram do retorno a seus territórios tradicionais e a importância da memória dos mais velhos nesse processo de retomada. Um representante dos Karipuna compartilhou conosco uma das histórias que aprendeu com sua mãe. Os ribeirinhos desabafaram suas dores por se verem obrigados a sair de seus lugares, cheios de sentidos em suas vidas, por causa das Hidrelétricas no rio Madeira, os membros da comunidade cultural e religiosa afro-brasileira, compartilharam a importância de sua religiosidade e seus significantes; os educadores, estudantes, pesquisadores, oralistas, falaram de suas identificações e do sentido de suas vidas, assim todos contaram, todos narraram, todos e todas ouviram e comprometeram-se uns com os outros.
Passamos o dia inteiro ouvindo as histórias um dos outros, porque essa era a importância, fazer história oral é saber ouvir e saber tornar as histórias ouvidas parte de si mesmos, e saber compartilhar as suas próprias histórias e estar disposto a ir ao encontro do outro e fundir-se a ele. De uma experiência a outra a chama da narração foi aumentando e na roda das conversas o pajé narrou uma história que foi contada por seu pai e nós ouvimos inspirados pelo filme peixe grande e suas histórias maravilhosas que havíamos assistido juntos e compartilhado nossas percepções tornando a narrativa do filme parte das mitologias dos nossos eus.
Nos comprometemos a dar continuidade nos trabalhos de história oral. Fomos convidados a ir até a aldeia do cacique e pajé Cizino Karitiana para junto com ele e sua comunidade fazer o registro das histórias dos antigos e alimentarmos a resistência na retomada de seu território (no município de Candeias do Jamarí, onde se encontra a aldeia antiga). Nossa amiga Ribeirinha Neuzete, beradeira de pai e mãe, (como ela se define) se colocou a disposição para dar seu depoimento de resistência sempre que for preciso, nosso amigo do movimento dos atingidos por barragens Davi enfatizou a importância dos mais velhos e se dispôs a incentivar os jovens da sua comunidade a registrar as histórias dos mais velhos, a comunidade de cultura e religiosidade afro-brasileira nos deixou as portas abertas para compartilhar experiências e participar de uma roda de cantos afro-religiosos, nós, oralistas, pesquisadores, educadores, militantes, nos fortalecemos e firmamos nossos compromissos com as comunidades tradicionais e no fim do dia 14 de agosto de 2010 no Centro Cultural e Religioso Odomiô, nos sentimos realizados com a experiência intensa de uma história oral para além dos muros da academia.
  

                            

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dois lutadores de Taekwondo



 Lucas e Tanan são irmãos e fazem Taekando numa academia próxima de casa. Um é todo rigoroso, procura ter disciplina e almeja conquistar boas colocações nos campeonatos, quando vai participar de uma competição fica ansioso, cuida do peso, levanta cinco da manhã para caminhar e tem tido bom desempenho nos campeonatos, nos jogos escolares do Estado de Rondônia ficou em primeiro lugar em sua categoria, está se preparando para a fase final em Goiania. O outro treina só pelo esporte, não se preocupa em reduzir a alimentação, ao contrário não dispensa nada e nem quer saber de fazer exercícios extras, ele quer mesmo só participar. No JOE  ficou em terceiro lugar e já se deu por satisfeito. É muito engraçado ver esses dois em vésperas de campeonato, enquanto um sofre aumentado a disciplina o outro fica só de boa! É assim, também na vida, esses dois irmãos um inverso do outro. Enquanto um quer competir de forma justa o outro quer apenas participar! Esses são os meus filhos.

domingo, 3 de outubro de 2010

minha avó virou passarinho

Acho que minha avó se transformou em passarinho. Essa história de passarinho na minha biografia começou com ela. Quando eu era criança minha avó dizia que meu pai era o Bem-Te-Vi, porque ele tinha esse apelido. Quando nós duas ouviámos o canto do Bem-Te-Vi ela me dizia: "Olha teu pai está te chamando" e eu ficava ouvindo aquele canto imaginando que meu pai fosse aquele pássaro. Um dia estava só quando ouvi o canto do Bem-Te-Vi e saí seguindo o canto, mas aos poucos ele foi desaparecendo e eu não o encontrei, foi quando me dei conta que meu pai não era um pássaro. Eu não convivia com meu pai porque ele era separado da minha mãe, não sei se foi depois disso, que pedi a minha avó para conhecer meu pai e ela me levou até ele. Agora depois que ela morreu, passei a perceber mais a presença dos pássaros, lembro que ela gostava de ficar ouvindo o canto deles, e os mostrava sempre me dizendo seus nomes. Hoje quando escuto um pássaro cantando remeto-me imediatamente a imagem dela, sinto a sua presença, é como se ela estivesse se comunicando comigo, me transmitindo um afeto, um desejo de boa sorte., mesmo  que na mitologia cristã, conforme a explicação que encontrei no blog citado abaixo, ele seja amaldiçoado:

(http://  www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.phtml?user=lupoetisa)

 
 Eu já tinha ouvido falar dessa história e pesquisando na Internet  a encontrei: De acordo com a tradição da oralidade o diabo criava nas profundezas do inferno um pássaro de cor amarela com uma máscara preta na altura dos olhos.
Quando José, Maria e o menino Jesus estavam fugindo para o Egito na tentativa de escapar dos soldados do rei Herodes, o tal demônio soltou a ave da gaiola na intenção de prejudicar a fuga da família sagrada. O pássaro saiu gritando  para os militares, apontando para direção que
caminhavam.

- Bem-te-vi... Bem-te-vi... Bem-te-vi !

Os soldados trataram de seguir a estrada denunciada pelo animal.
 Só que para sorte  de José e Maria, na metade do caminho eles avistaram um joão-de-barro, que rapidamente fez um esforço danado para construir uma casa gigante, para que pudessem se esconder. Sorte a deles.
Por causa disso, Deus abençoou esse pássaro: ele é a única ave que constrói sua própria casa para morar.
Pelo que vi na minha pesquisa na net... a mitologia cristã sobre o Bem-Te-Vi se atualiza de acordo com contexto cultural do lugar, nessas reconstruções o Bem-Te-Vi também é aquele que costuma anunciar visitas, de acordo com a tradição oral se perguntarmos a ele na hora de seu canto: o que tu vistes? Se ele responder imediatamente, é visita de homem, se demorar, é mulher que vem.
Pensado sobre a imagem do Bem-Ti-Vi na minha infância, vejo que o meu eu mitológico se constrói na imagem da filha do pássaro amaldiçoado e neta do pássaro da boa lembrança! Eles me desejam boa sorte, indicam meus novos caminhos e me conduzem de volta para casa.















































































































































































































sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Acabou o festival de teatro em Porto Velho

Ontem as 16:30 assisti a última apresentação de teatro do projeto Palco Giratório promovido pelo SESC em Porto Velho.  Todas as peças trouxeram algum elemento com o qual me correspondi, foi um encontro com alguma leitura, ou algum filme que assiti, ou simplesmente um nova descoberta. Foi isso, para quem soube relacionar outras vivencias pode vivenciar as peças como um hiper texto onde vários textos/experiëncias se cruzam, e para quem teve abertura para siplesmente vivenciar a proposta de cada peça pode experimentar uma experiëncia nova. Ontem fui assitir a última peça Ao Divagar se Vai Longe de Bicicleta Mais Ainda com aquele ar de despedida e de encerramento de uma agenda que fez parte das minhas programações esses trintas dias de Setembro, A peça é uma graça, rica em criatividade, inventividade, baseada no lúdico e na experiëncia de apresentações de rua como, por exemplo, o malabarismo. O que me deixou encantada foi a inventividade em torno da bicicleta, como a partir delas pode ser criado vários movinetos! Amei! Pena para quem não conseguiu assistir nenhum espetáculo e infelizmente ele não chegou a muitos que moram nos bairros de periferia, pela dificuldade de pegar um önibus, de chegar a tempo de pegar uma senha, enfim, quem sabe uma hora dessas eles consigam se sentir parte dessa onda cultural na cidade. Gostei de ver a iniciativa do SESC no Municipio de Candeias com uma progarmação de Cinema. É isso aí minha gente!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

contraometodo: contraométodo

contraometodo: contraométodo: "O método está dentro de nós... precismos desconfiar de nós mesmos... o tempo todo, basta escrever uma palavra ele aparece, é por isso, que o..."

Teatro em Porto Velho

Começou no dia 01 de Setembro e terminará no dia 30 de Setembro o palco giratório em Porto Velho. A vivencia dessa arte possibilita encontro de diferentes mundos, trocas de perceções. A arte tem essa capacidade de tocar o ser, de fazer se ver, de fazer o ser olhar o mundo ao seu redor... Sentir-se correspondido em seus sonhos, angústias, desesperos, vontade de transformar aquilo que  incomoda, que é injusto... Perceber que em diferentes tempos e mundos pessoas se indignaram e sonharam como nós e foram de diferentes formas sufocados pelos poderes... Foi assim que me senti quando assisti a apresentação: O Amargo Santo da Purificação da Tribo de atuadores ói nóis aqui traveiz/RS que de maneira forte soube representar e nos fazer sentir a repressão da ditadura militar, a invasão do progresso, a imposição de um modelo de desenvolvimento, a coragem da resistëncia, o grito de liberdade... Gente! Hoje aqueles que são contra os projetos desenvolvimentistas na Amazönia gritam e os governos não os torturam fisicamente, não arrancam suas línguas, não os matam, mas torturam simbolicamente, não os escutam, os ignoram, utilizam as instituições de poder para a implantação de seus interesses, fecham os olhos para a realidade, obrigam pessoas deixarem seus espaços culturais e de sustentabilidade da vida. Aqui em Porto Velho aqueles que tomam as frentes de rsisitencia e organização política das comunidades afetadas pelas hidrelétricas no rio Madeira estão com interdido proibitório e não podem se quer visitar algum amigo que vive do outro lado do Rio Madeira que esteja na área das hidrelétricas. Mas esse é um assunto que incomoda muita gente, e desagrada ao ser falado, como o assunto dos sequestrados na Colombia, temática da peça de ontem no teatro 1 do sesc: Ingrid - baseada na experiëncia de cativeiro de Ingrif Betancourt, dirigido por Marco André Nunes. O espetáculo propos uma reflexão sobre o problema do sequestro na Colömbia, suas sequelas na sociedade e nos indivíduos privados de liberdade, cujos direitos humanos são violados. Entre a representação da vida e a vida representada a atriz se dirigiu a platéia: Eu sou colombiana, e por isso, estou aqui em Porto Velho-Rondonia para dizer que tem muitos sequestrados... Sim tem muitos sequestrados, sim e como eles as comunidades que vivem do outro lado do rio Madeira são invisíveis, silenciados, ignorados,  privados de sua liberdade de ir vir seguindo o caminho do rio, como sempre vizeram e também com seus direitos humanos desrespeitados! É minha gente a arte faz pensar, faz associarmos as coisas! Não é atoa que muitos governantes ainda hoje a acham perigosa! Ah! Só mais uma coisa, o olhar sob o sequestro na Colombia não foi unilateráral, houve a possibilidade de percdeber que a inteção não era condenar os camponeses e aqueles que fazem parte do movimento de resistencia ao poder do tráfico aliado ao poder economico e político!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

contraométodo

O método está dentro de nós... precismos desconfiar de nós mesmos... o tempo todo, basta escrever uma palavra ele aparece, é por isso, que os teóricos da escrita, dizem que nossa escrita nos revela.